sexta-feira, 2 de março de 2012

Expansão para o interior

Focada no Minha Casa, Minha Vida, a meta da MRV Engenharia, construtora mineira que triplicou de tamanho desde 2009 e agora atua em 108 cidades brasileiras (oito paranaenses), é erguer 70 mil apartamentos por ano até 2015 – hoje a produção da empresa está entre 30 mil e 45 mil unidades/ano.
Na primeira fase do programa federal, entre 2009 e 2010, a construtora respondeu por 12% das contratações para as famílias de seis a dez salários mínimos e quer ver essa participação aumentar na segunda etapa. “Estamos falando de um orçamento garantido para o setor da habitação, mesmo com o corte de R$ 55 bilhões pelo governo federal no orçamento deste ano”, disse o diretor de Relações Institucionais da MRV, Sérgio Lavarini, à jornalista Fabiane Ziolla Menezes. Lançado em junho do ano passado, o Minha Casa, Minha Vida 2 promete entregar 2,6 milhões de moradias em quatro anos. O número de lançamentos da construtora no Paraná neste ano será 60% maior que em 2011, com 400 unidades em Arapongas, 1.300 em São José dos Pinhais, 320 em Cambé, 1.500 em Londrina, 850 em Maringá, 250 em Ponta Grossa e 1.500 em Curitiba.
Com uma atuação nacional e a diferença de custos, que envolve insumos, mão de obra e terreno, como é possível manter uma padronização nos empreendimentos?
Nem tem como ser diferente. Ao optarmos pelo Minha Casa, Minha Vida temos um teto de custos, um método de construção e uma margem de lucro definida. A questão dos insumos não é problema, porque negociamos materiais em grande escala diretamente com os fornecedores. O custo de mão de obra influencia, é claro, mas o maior desafio é mesmo o preço dos terrenos. É isso que está nos levando a fazer algo que nem imaginávamos: investir em cidades do interior do país, com menos de 300 mil habitantes. No futuro, no entanto, se não houver uma nova revisão dos valores do Minha Casa, Minha Vida*, poderemos passar por dificuldades para continuar focados no programa.
E a meta de atingir 70 mil unidades em construção anualmente é possível?
Sim, mas não em 2012. Hoje, se contarmos as obras onde há efetivamente paredes sendo erguidas, temos 35 mil unidades em andamento em 300 canteiros.
A MRV figura entre as maiores construtoras, mas também lidera reclamações na internet e no Procon, principalmente por atraso de obra. Como estão as obras da empresa?
Atualmente temos 85% das obras adiantadas. É claro que tivemos problemas pontuais, por alguma burocracia ou questão climática, como foi o caso aqui no Paraná.** Neste ano, porém, posso dizer que ninguém verá reclamações sobre atraso de obras da MRV.
* Em fevereiro de 2011 o teto final das unidades das regiões metropolitanas de São Paulo, Rio e Distrito Federal passou de R$ 130 mil para R$ 170 mil e nas demais capitais, de R$ 100 mil para R$ 150 mil.
** Entre 2010 e 2011, ao menos dois empreendimentos, um em São José dos Pinhais e outro em Curitiba, apresentaram atrasos de até um ano na entrega.

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Sala de situação
A Celepar publicou aviso adiando a licitação para contratar empresas que forneçam hardware e software para a montagem de uma Sala de Situação para o governo estadual. A empresa argumentou “conveniência administrativa” para o cancelamento e informou que a nova data da abertura do pregão será divulgada em momento oportuno. A sala é um ambiente que concentra soluções de TI e tem como objetivo ajudar na tomada de decisões governamentais. Pode, por exemplo, receber e organizar dados de diferentes órgãos públicos e fornecer informações atualizadas sobre o andamento de tarefas da equipe gestora.
Conforme noticiado pela Gazeta do Povo no início da semana, a Celepar está adotando uma nova política em relação à busca de soluções no mercado. Nos oitos anos do governo Roberto Requião, a empresa responsável pela área de informática do estado se concentrou no desenvolvimento de softwares livres. Agora, a ideia é mesclar os programas de código aberto com softwares e serviços comprados de terceiros.
Doar e deduzir
Ainda é possível fazer doações para os fundos de direitos da criança e do adolescente – federais, estaduais e municipais – e deduzi-las do imposto de renda relativo ao ano-calendário de 2011. A nova regra vale para doações feitas até 30 de abril de 2012. O prazo para declarar começa no dia 1.º, mas o programa já está disponível no site da Receita Federal.
O limite de dedução dessas doações permanece inalterado em 3% do valor total do imposto de renda devido (observado o limite global de 6% do valor total do imposto devido para as deduções de incentivo). Os contribuintes que fazem a declaração simplificada seguem impedidos de deduzir as doações realizadas.
Vou de táxi aéreo
As investigações sobre o acidente que matou 50 pessoas numa estação de trem em Buenos Aires podem dar uma paradinha em Curitiba. Isso porque o ex-secretário de Transportes da Argentina, Ricardo Jaime – apontado por parte da opinião pública portenha como um dos culpados pelo sucateamento dos trens urbanos do país –, andou por aqui.
Segundo informa o jornal Clarín, ele veio de táxi aéreo, pago pelo empresário Claudio Cirigliano, dono da Trenes de Buenos Aires (TBA), companhia que operava a composição acidentada. Jaime, ainda de acordo com o periódico, não estava sozinho, mas acompanhado de parentes e amigos. O roteiro incluiu Rio de Janeiro e Florianópolis.
Ultragelados
Especializada na venda de alimentos ultracongelados, a Eismann recebe na semana que vem a visita de seu presidente global, Frank Thomas Hoefer. Ele vem avaliar a operação brasileira, iniciada há 12 meses, em Curitiba. O investimento inicial de R$ 3,5 milhões foi destinado à compra de 30 caminhões.
Nissei
A rede de farmácias Nissei inaugurou ontem a quarta loja do município de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. A meta de expansão para este ano do grupo do empresário Sérgio Maeoka é estar em todos os municípios do Paraná com mais de 70 mil habitantes.
Spaipa
Franqueada da Coca-Cola no Paraná e interior de São Paulo, a Spaipa informa um crescimento de 5,7% no volume de vendas em 2011. O reflexo no faturamento foi de 14%. O número final da receita é de R$ 2,5 bilhões de reais. No ano passado, a Spaipa investiu R$ 211 milhões e a previsão para este ano é de R$ 75 milhões, principalmente para aquisição de equipamentos e novas tecnologias. Com quase 5 mil empregados, a empresa tem fábricas em Curitiba e Maringá, no Paraná, e Marília e Bauru, em São Paulo.


Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br/economia/conteudo.phtml?id=1227288
Publicado em 26/02/2012 | MARISA VALÉRIO COM EQUIPE DE ECONOMIA – ECONOMIA@GAZETADOPOVO.COM.BR

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